Escute Ringo: Arte, Beatles e Reflexões Sobre a Vida na Minha Parede

Mundo Gonzo
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É uma tarde preguiçosa, e aqui estou, deitado, os sons suaves de Ringo (1973) flutuando pelo ar. O disco gira com a suavidade do tempo que parece ter parado em algum lugar entre o agora e a eternidade — porque só o Ringo, esse ser humano amado por todos, pra reunir os Beatles numa única bolacha, como se dissesse ao mundo que a vida ainda faz sentido, mesmo que num suspiro melancólico.

 

Mas o que realmente prende meu olhar, além das faixas que ecoam nostalgia, é a parede à minha direita. Uma galeria não oficial, uma catedral pessoal erguida a lápis e nanquim. Artes de gigantes. Não são só desenhos — são testemunhos. Greg Capullo, Mike Deodato, Ivan Reis, Roger Cruz, Rod Reis, Daniel HDR, Rodney Buchemi, Adriano baptista, Andrei Bressan, Jim Calafiore, Alan Davis, David Lloyd... Todos pendurados como guardiões silenciosos da minha sanidade criativa.

 

Ringo (1973) - um belo disco que você deve escutar

Enquanto o disco continua, me pego pensando: que diabos fiz para merecer isso? Um desfile de talentos passando pela minha vida, como se o universo tivesse decidido me dar um aceno cúmplice, um sorriso de canto de boca. Não são só rabiscos, são fragmentos de almas que cruzei. E, claro, há mais guardados. Porque sempre haverá mais. E eu sorrio, sabendo que um dia terei mais paredes, mais espaço para essas obras que transformam a vida em algo tangível.

 

Fotografias? Para que diabos quero uma fotografia quando tenho o original em mãos? Mas então, ironicamente, a voz de Ringo me pega desprevenido: “But all I’ve got is a photograph...” Pois é, Ringo. Tenho mais do que uma fotografia, mas, no fundo, o sentimento é o mesmo.

 

P.S.: E, se você ainda não ouviu o disco Ringo de 1973, faça esse favor a si mesmo, antes que a vida escorra pelos seus dedos como areia de uma ampulheta estilhaçada no chão.

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